Matão, minha “paixão sem fim”
- ESPAÇO MATÃO COMUNICAÇÕES
- 28 de ago de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 1 de set de 2023
Matão, minha “paixão sem fim”

Cheguei em Matão no Hospital de Caridade de Matão, pelas mãos da “irmã Therenzia”, nos idos de 1951!!
Minhas primeiras e tenras raízes finquei na gloriosa Fazenda Boa Vista, dividindo o solo com os “Ferreiras”, “Joaquins”, Florianos”, “Maurícios”, “de Santis/Assaiantes”, “da Silvas”, “Fernandes”, “Bochis”, “Jacintos”,

“Pardos”, “Camargos”, “Scuttis” e tantas
outras referências que o peso dos anos, não mais me permitem recordar.
Vim para a cidade, ainda na década de 50, sob os primeiros sinais do êxodo rural, trazendo as sementes guardadas que lá cultivei. De lá para cá, as famílias ditas também foram chegando para engrossarem as construções, a população e o progresso dos arredores do centro, onde quase a totalidade das ruas eram de terra, as pontes de madeira e o Rio São Lourenço seguia o seu curso natural, às sombras dos “jambolões” e dos “flamboyants”!
À época, estavam edificados no município, o Grupo Escolar da Fazenda Boa Vista, o Grupo Escolar “José Inocêncio da Costa” e a Escola Normal e Ginásio Estadual de Matão, onde, respectivamente, cursei o pré-primário, o “primário” e o “ginasial” e o “normal”, saindo apta não só para a prática do magistério, como preparada para a vida. Saúdo neste mister, os inesquecíveis professores, que tanto contribuíram para a minha formação.
Em posse do diploma, me submeti a dar aulas na zona rural. Tempos difíceis! Três séries em uma sala só!
Respeitadas raríssimas exceções, o professor da zona rural se obrigava a preparar a merenda em casa antes de sair para a escola, utilizando os pacotes de achocolatados e sopas que o governo distribuía. Um carro velho era meu companheiro de viagem, mas nem sempre cooperava, muitas vezes, me abandonava no meio do caminho, como num sábado, que conclui um trajeto a pé e me deparei com algumas mulheres da colônia em desespero ao meu encontro. Uma das que lá morava, estava prestes a dar à luz e lá não havia nenhum recurso disponível!! Fui lá e fiz o parto!! Foi uma das experiências mais lindas da minha vida!! Chorei rios de emoção!! Valeu-me as preces a Nossa Senhora e os ensinamentos do meu querido e saudosoprofessor de Ciências, Dr. Waldemar Kfouri!! O inspetor professor Núncio Alcausaainda conta com admiração e orgulho esse inusitado episódio.
Quis o acaso, que em 1975 eu ingressasse no serviço público e daí em diante pudesse mensurar,com meus próprios olhos, cada lei editada com vistas no bem comum,cada tijolo posto, cada bairro formado, cada rua aberta e asfaltada, cada escola e postos de saúde construídos!Cada administrador e legislador, a seu modo, foram, são e sempre serão responsáveis pelo avanço naárea dos serviços públicos colocados à disposição da população.
A expansão industrial se agigantou!! As empresas pioneiras, Cadioli, Baldan, Marchesan e Bambozzi se mudaram, cada qual para seu parque industrial, hoje reconhecidas mundialmente.Tantas outras grandes, médias e pequenas empresas, aqui se estabelecerame a elas se juntaram formando uma conjuntura industrial invejável, gerando empregos e renda ao nosso povo e isso tanto nos orgulha.
O comércio do tempo da minha infância e adolescência, se limitava a poucos quarteirões no centro, abrigando, salvo algum esquecimento, o Armazém Bidute&Pirola, Casa Feres, Loja Kfouri, Loja Burjale, Loja Beozzo, Armazém Gimenez, Açougue Castellani, Padaria Biava, Padaria Toscana, Farmácia Cicogna, Farmácia do Ciro Modé, Farmácia “do Albertinho”, Farmácia do João Comeli”, Armazém do “Júlio Cavichione” e Armazém do “Bigal”.
Aos poucos as casas comerciais foram se modernizando e se expandindo para os bairros periféricos.
Assim concluo meu texto. Poucas palavras por se tratar de Matão. Considerem-no, não como soberba e individualismo, por traçar fatos que me incluem, mas, olhem-no com carinho, para quem escreveu Matão sob a própria ótica, desde o nascimento até então, sob os olhos já cansados de quem aqui viveu 72 anos, mas apaixonados por esta terra amada.
Tracem uma linha imaginária entre a Matão de ontem e a de hoje, e sintam com orgulho, o grande salto do seu desenvolvimento, da sua pujança, da sua importância no cenário brasileiro.
Matão, minha “paixão sem fim”!!!
Zezé Miranda
Servidora Pública Aposentada
NÃO SE DESESPERE SE A COMPRA UM TERRENO SE TRANSFORMOU NUMA DOR DE CABEÇA

Bastante comum são os empreendimentos de loteamentos, para a compra de terrenos de forma parcelada. Geralmente, esta compra está diretamente relacionada com o sonho da casa própria.
Em geral, os contratos firmados para pagamento parcelado do valor do imóvel estipulam que o reajuste das parcelas se dará pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), e aí pode residir o início de grandes problemas.
O IGP-M é composto por uma “família” de índices para medir a movimentação dos preços no país em diferentes atividades, sendo o IPA, o IPC e o INCC. Desta forma, o IGP-M pode ter fases de grandes altas, que refletirão diretamente no reajuste das parcelas do imóvel que se pretende adquirir.
Assim, inúmeros são os fatores que podem fazer com que o Consumidor, que pretende adquirir definitivamente o imóvel para si, não consiga pagar pontualmente as prestações. Os motivos mais comuns são a compra sem planejamento financeiro, seguido pelo reajuste no valor das parcelas e o desemprego.
Nestas situações, ocorrem os atrasos nos pagamentos das prestações, o que faz incidir juros e correções, fazendo com que fique inviável para o comprador quitar a dívida ou continuar a pagar as parcelas.
Infelizmente, muitos Consumidores acabam por devolver o terreno sem nenhuma restituição do que foi pago, ou tendo uma restituição muito pequena.
É importante que o Consumidor saiba que ele tem direitos e que cada situação pode ser objeto de um acordo extrajudicial ou mesmo de ação judicial.
Há um brocardo jurídico que diz “pacta sunt servanda”, ou seja, os contratos devem ser cumpridos. Todavia, nem sempre tudo o que está escrito no contrato deve ser cumprido.
Isto porque o que se verifica na prática é que muitos contratos apresentam cláusulas abusivas, pois contrariam o Código de Defesa do Consumidor, a Jurisprudência e a legislação federal que cuida do tema, especialmente a Lei nº 13.786/18.
Em resumo, o Comprador inadimplente tem direito de rescindir o contrato, entregando à empresa o terreno e tendo a restituição de boa parte do que pagou. A empresa responsável pelo recebimento dos valores tem direito de reter parte daquilo que recebeu, mas a retenção tem limites legais, e os contratos não podem contrariar a Lei.
Desta forma, a dica é: quando for comprar um terreno de forma parcelada, leve em consideração sua capacidade financeira, eventuais imprevistos, e faça planejamento. Afinal, ninguém contrata um financiamento imobiliário já pensando em desistir dele futuramente. Mas, se, por algum motivo, as coisas não derem certo, saiba que é possível rescindir o contrato e reaver parte substancial do que foi pago, sempre dentro da legalidade e boa-fé.
Dr. Roberto Ignácio.
Advogado pós graduado em
Direito Processual Civil





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