top of page

O IFSP em Matão: espaço de educação onde cresce um baobá

Atualizado: 31 de ago. de 2023


Profª Dra. Valquíria Pereira Tenório - Servidora Federal e professora do IFSP-Matão.


ree

Matão faz 125 anos e celebra sua história. Tenho carinho especial por essa cidade onde minha vida profissional pulsa. É nela que escolhi ser professora e desenvolver aulas e projetos que atendam às leis 10.639/03 e 11.645/08 que tratam da obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena na educação brasileira. Faço isso, atualmente, como docente no Instituto Federal de São Paulo, o IFSP, campus Matão, instituição ainda jovem na cidade. Quero falar um pouco desse lugar para vocês.

O IFSP é ali na Estéfano D'avassi, no bairro Nova Cidade, ocupa um grande espaço físico com diversos prédios divididos em salas de aulas, laboratórios, biblioteca, salas de professores, convivência dos e das estudantes e o administrativo. É voltado ao ensino técnico, tecnológico e à licenciatura. Quem escolhe nossa instituição encontra solo fértil, propício para a inovação, para o aprender, para a pesquisa, para a liberdade e autonomia desde o ensino médio, passando pelo EJA (Educação de Jovens e Adultos), ensino superior e ainda em cursos de capacitação e aprimoramento desenvolvido por docentes do campus em diferentes áreas e com parcerias pela cidade e fora dela. Matão esbanja fartura em espaços de ensino e o IFSP enquanto um projeto de educação federal trouxe consigo profissionais de diferentes áreas das várias regiões do país. É possível ouvir, em salas de aula e corredores, sotaques do norte a sul do Brasil. Isso enriquece o ensino. Há vivências, experiências diversas que se expressam desde a palavra falada. Há também profissionais, altamente, qualificados que escolheram estar na instituição.

Estou no IFSP na docência, mas também gosto de ver como as árvores plantadas por estudantes, servidores e servidoras do campus crescem, temos várias espécies espalhadas pelo grande espaço onde estamos sediados. Em especial, quero mencionar o nosso Baobá, plantado em 2019 durante as atividades do Mês da Consciência Negra. Momento lindo, repleto de estudantes, também de jovens do Projeto Pescar da Citrosuco em visita à nossa instituição. A muda foi doada pelo pai de uma aluna que esteve conosco no plantio e nos contou que há mais baobás plantados, por ele, em Matão. Desde então, visitar o baobá virou uma atração para convidados/as que recebo no campus para alguns dos projetos de extensão que desenvolvo. Para quem não sabe o baobá é uma árvore nativa do continente africano, consegue tolerar a aridez dos solos e a pouca água disponível se assim for necessário. É uma árvore imponente, longeva, majestosa. Para alguns povos no continente africano é a arvore da vida, a que reserva água, aquela em que os griots contam histórias do cotidiano, de luta, amor e resistência. Vieram em sementes para o Brasil com os povos escravizados trazidos para trabalhar e construir esse país. Aqui os baobás se desenvolveram e são um elo com sua terra natal.

No IFSP, o nosso Baobá desenvolve-se sob o olhar atento e carinhoso de sua comunidade. Ele verá com o passar dos anos muitas mudanças, ouvirá tantos sons, sentirá a energia que emana do lugar, verá o crescimento da região e da própria cidade de Matão. Que venham os anos, que ele e Matão cresçam com vigor, com alegria, com respeito, resistindo, mas também desafiando o tempo.


Pequenas Novidades & Grandes Mudanças: Como o Tesouro Direto pode influenciar em mudanças socioculturais?



Com a taxa SELIC (a taxa básica de juros) atual em patamares extremamente altos e estáveis após quatro reuniões consecutivas do COPOM, a Renda Fixa ganhou destaque novamente. E de modo concomitante ocorreram atualizações no cenário de crédito, o novo Governo lançou duas opções de Título de Tesouro Direto: o Tesouro Renda+ e o Tesouro Educa+.

O Tesouro Renda+ tem por objetivo garantir uma renda fixa mensal por 20 anos, com diferentes prazos de início de recebimento da renda e vencimento, corrigida pela inflação e com a segurança de ter como contraparte o próprio Estado. É importante ressaltar que o Estado é uma das instituições mais confiáveis quando se trata de crédito, sendo provavelmente o último a enfrentar problemas em caso de crise, ele é o credor mais seguro possível, pois se ele não tiver condições de pagar, é altamente improvável que qualquer outra instituição privada seja capaz de fazê-lo.

Voltando após uma tecla SAP (uma pausa para esclarecimentos), o Tesouro Educa+ tem como escopo oferecer a possibilidade de investir de 3 a 18 anos e, receber o retorno do investimento, corrigido pela inflação, de forma mensal, durante 5 anos.

Embora como especialista em investimentos eu afirme que existam melhores alternativas para construção de renda passiva imediata ou futura, mais rentáveis, com menor prazo de resgate, menor duration e sem marcação a mercado, essas novas modalidades de Tesouro desempenham um papel cultural importante, especialmente no auxílio em questões como a Previdência/Seguridade Social e Financiamento Estudantil, áreas em que o Estado enfrenta dificuldades para subsidiar ou manter níveis ideais de suporte.


ree

O perfil e objetivo desses veículos de investimento são fundamentais para atrair aqueles que não possuem educação financeira ou que não possuem condições de serem assessorados por agentes financeiras ou instituições financeiras, tudo isso sem pagar taxas (apenas a taxa incipiente de custódia da B3, dado que as instituições financeiras por padrão zeraram as taxas de administração para aplicações do tipo) e com rendimento real (acima da inflação).

Em um país onde aproximadamente 30% da população tem dívidas em atraso, onde a maior parte da população não tem acesso à educação financeira, onde a maior parte dos bancários recomendam formas de se endividar (conveniente para eles) ao em vez de investimento, ou recomendam previdências privadas com extremo conflito de interesse e onde o acesso ao ensino superior é baixo e o fies esgotado. É mais que bem-vindo veículos que simplificam esse processo de poupar e investir em esferas tão pertinentes em termos de seguridade social.

Apesar do ótimo ponto de partida para a inclusão gradual da educação financeira na cena, vale se atentar aos efeitos de marcação a mercado desses títulos, a marcação a marcado é um método utilizado para avaliar o valor atual de um ativo ou título financeiro com base nas expectativas de taxas e no seu preço de mercado atual. Portanto, uma eventual necessidade de resgate antes do vencimento pode resultar em um decréscimo do rendimento. Para a reserva de emergência, é mais adequada a alocação no Tesouro Selic, que possui efeitos de marcação a mercado incipientes e permite resgates diários. Dessa forma, conservando alguns princípios fundamentais para construção da reserva de emergência (dinheiro para emergências e eventualidades), como liquidez diária para resgates e previsibilidade de recebimento.

Importa ressaltar o quesito tributário, que geralmente é parelho para todos os instrumentos de renda fixa, a incidência de imposto é regressiva, o que significa que quanto mais tempo você deixar o recurso investido, menor é imposto que irá pagar (a alíquota de Imposto de Renda vai de 22,5% até 15% e IOF é zerado a partir de 30 dias).

Assim como o Governo com os novos Tesouros, pretendo aqui fazer introduções graduais com relação ao assunto ao longo de próximas oportunidades, acredito ser um ótimo ponto de partida para o leitor se ambientar ao assunto. Para edições futuras podemos explorar outros aspectos da Renda Fixa, como Créditos Privados, Títulos de Dívida, entre outros.


William Innocencio da Costa

Especialista em Investimentos ANBIMA

Bacharel em Administração pela UNESP

Analista de Debt Capital Markets





ree



Comentários


  • Sem título-1
  • Sem título-1
  • Sem título-2

© 1988 - 2023 Espaço Matão Comunicações - Todos os direitos reservados. Segurança e privacidade

bottom of page