Precisamos construir uma cultura de paz para que as nossas crianças tenham vida
- ESPAÇO MATÃO COMUNICAÇÕES
- 18 de dez. de 2023
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Em quase todas as ocorrências registradas no ano de 2023, resultantes dos diversos desiquilíbrios praticados contra a natureza, as crianças foram frontalmente atingidas pelas várias catástrofes/fenômenos naturais; seja pela força devastadora dos maremotos, dos terremotos, dos furacões, tufões, pelas ventanias, inundações, chuvas, ventos fortes, secas, seja pelas ondas de calor, pelas altas temperaturas e pelos incêndios. As nossas crianças, mais que ninguém, sentiram na própria carne os ataques cotidianos praticados contra a vida humana, gerados essencialmente pelas disputas de territórios, pelas guerras, pelos atentados, pelos tiroteios e por todos os tipos de violência. As famílias sofreram demasiadamente com os furtos, os roubos, os assaltos, com a brutalidade, a crueldade, as brigas e com as várias formas de intolerância praticadas por uma pequena parcela da sociedade. Contabiliza se um elevado número de crianças assassinadas em 2023, vítimas de um mundo dividido entre superpotências e países pobres. Quem dentre nós nesse ano de 2023 não se sentiu indignado pelos atos covardes de racismo estrutural, que injustamente ceifou a vida de milhares de jovens negros nas periferias das grandes cidades brasileiras, e de outros tantos incontáveis crimes praticados contra a população negra em abrangência mundial? Será que há esperança para as nossas crianças, de viverem uma vida digna em suas bases familiares, se não conseguirmos estancar os altos índices dos assassinatos e da banalização da prática dos feminicídios? Indistintamente, para todas as faixas etárias, iguais aos adultos, as nossas crianças também sofrem com a ocorrência das várias doenças surgidas pela pandemia, com as endemias, a fome e a miséria.
Nesses últimos anos, mais que nunca, o nosso mundo que está conectado, transformou se numa grande casa onde todos nós vivemos e onde também todos nós somos atingidos por toda e qualquer ação praticada em qualquer parte do planeta. As dores se transformaram em dores mundiais e os sofrimentos das pessoas injustiçadas são compartilhados; daí o surgimento das grandes bandeiras das lutas empreendidas por uma grande parte da nossa população, que não fica indiferente frente às várias ocorrências dos principais problemas mundiais, que tem causado muito sofrimento às pessoas. Se a intolerância mata, agride, sufoca, degrada e corrompe, por outro lado, o amor e a esperança nos despertam para um mundo mais solidário, mais sensível, mais justo, mais tecnológico, mais humano e mais fraterno. A tecnologia nos une e o acesso à educação nos liberta. Contudo é necessário que construamos novos caminhos.

A história mantém os registros das consequências e dos horrores causados pelas nuvens de morte e de destruição levantadas a partir das duas bombas nucleares que os Estados Unidos da América lançaram sobre Hiroshima e Nagasaki, em 06 e 09 de agosto em 1945, respectivamente, que mataram 214 mil pessoas. De forma alguma podemos considerar a guerra uma forma humana de luta pela paz. A guerra travada entre a Rússia e a Ucrânia não pode ser vista e entendida como sendo um ato inofensivo ao restante da população; estão morrendo centenas de pessoas por dia, assassinadas que são pelo fato de estarem pacificamente em seus territórios, estarem vivendo em suas residências. Urgentemente, voltemos nossos olhares para os nossos adolescentes e jovens, para que, sejamos capazes de nos comunicarmos com eles, no desenvolvimento de campanhas educativas para que sejam coibidos os atentados praticados contra alunos, estudantes, professores e funcionários de qualquer escola que seja e/ou entidades desse nosso país e do mundo, para que sejam abolidas as formas de incentivo e de propagação da prática desse crime cruel e covarde. Eu tenho fé que Dias Melhores Virão e nesse contexto de busca pela paz é preciso que os nossos olhares estejam voltados para o futuro.
Estando quase terminando o ano de 2023, aproveito para desejar a todos votos de um feliz Natal e um ano de 2024 cheio de muita luz e de muita paz para todos nós. E que no ano vindouro, o bom Senhor DEUS guarde e proteja todas as nossas crianças.
José Amarante,
Ex-vereador de Matão, Membro do Movimento Negro 4º Centenário
Diretor Presidente do Projeto Coração e Coordenador do Programa
Marmitas Solidárias de São Benedito.





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